sábado, 30 de março de 2013

Aula #006: Música Clássica, Romântica e Realista

Nas últimas aulas exploramos - além dos exemplos de pintura, escultura e arquitetura - alguns exemplos musicais para cada período estudado. Vamos rever e ampliar nossos conhecimentos acerca da música erudita no século XIX.

A chamada “Música Clássica” que conhecemos, surge após o período Barroco, coincidindo com toda produção da arte acadêmica. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta classe. Acredito que o termo "Música Erudita" (de "erudição", estudo) seja mais apropriado como termo genérico para este novo tipo de música, uma vez que, assim como todas as outras artes nessa época, passaram a ser objeto de estudo e aprendizado sistemático, para criar uma nova forma de expressão.

Em linhas gerais, o Neoclassicismo tem seu espelho no período Clássico da música. As orquestras tomam forma e começam a ser mais valorizadas. As composições para determinados instrumentos - como as músicas para piano - começam a ficar mais importantes que as de canto. Surgem as sonatas (de "sonare", soar), obras para um ou dois instrumentos, em diversos movimentos, a Sinfonia (soar em conjunto), uma sonata para orquestra e o Concerto, uma espécie de disputa entre o instrumento solo e a orquestra. A ópera, que se origina das apresentações teatrais medievais, se desenvolve a partir do renascimento, mas encontra, no século XVIII e sobretudo durante o século XIX a popularização do erudito, com a temática se tornando mais cotidiana. Assim, temos como exemplo de compositores clássicos Haydn, Glück, Paganini e Mozart, sendo o último o mais emblemático. Compositor e virtuose desde a infância, buscava equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade - como as outras expressões do Neoclassicismo -, passeando nos estilos da moda, como as sonatas, sinfonias e concertos, bem como as óperas como "As Bodas de Fígaro" e "A Flauta Mágica".

Capricce 24 - Paganini



Caprice 24 - Paganini - Metal Version



Sinfonia nº40 - Mozart



O Romantismo na música surge afinado com as expressões literárias e visuais deste período. O artista anseia por liberdade formal e de concepção musical e valoriza os pensamentos e sentimentos mais profundos. A emoção humana é expressa de forma extrema, vigorosa e intensa. Há também espaço para o escapismo, o exótico e o ufanismo nacionalista. Uma geração de compositores se tornam populares, como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, Strauss, e acima de todos, Beethoven. Na obra de Beethoven, sobretudo em suas sinfonias, percebemos a construção do estilo romântico, chegando ao auge na sua Nona Sinfonia - Ode à alegria.

Sonata ao Luar - Beethoven



Moonlight - Viper



O Realismo, com seu enfoque no cotidiano e na crítica social, fruto da industrialização, encontra nas óperas seu meio de expressão. Repleta de tipos populares, as desigualdades sociais, a vida do proletariado, sobretudo o cotidiano urbano são temas explorados em obras como "Canção do Gondoleiro" de Mendelssohn, "O barbeiro de Sevilha", de Rossini, e "Carmem" de Bizet. Mas ainda há o predomínio do romantismo nas óperas, como em "Sonhos de uma noite de verão", de Mendelssohn e em "Aída" de Verdi, contemporâneas a essas outras, têm suas tramas explorando o exótico, as paixões e o trágico.

O Barbeiro de Sevilha - "Figaro" - Rossini

 

Sonhos de uma Noite de verão - "Marcha nupcial" - Mendelssohn

 

 Aida - "Glória all' Egito" - Verdi



 Carmen - Bizet

 

Sinopse de "Carmen":

Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. Ambientada em 1820, em algumas versões tem início com Don José preso, condenado a morte, narrando sua história. Ele era um cabo da guarda, noivo de Micaela, que costumava levar notícias de sua mãe e conhece a cigana Carmen que se envolve numa briga com uma colega que trabalha na fabrica de cigarros em Sevilha. Esta lhe atira uma rosa no rosto e ele guarda, um pouco fascinado pela cigana. Presa, ela o convence a deixá-la escapar. Feito isso, ele é preso pelo capitão Zuniga enquanto Carmen canta na taberna com os amigos ciganos, onde aparece o toureiro Escamillo que se apaixona dela. Solto, D. Jose vai procurá-la, diz que a rosa o enfeitiçou e ela o desafia a seguí-la em suas andanças com os ciganos. O capitão se encontra com ele, quase fazem um duelo e Jose decide desertar para seguí-la com o bando. Durante uma sessão de leitura de cartas com as amigas Mercedes e Frasquita ele ve aterrorizada que seu destino é a morte por amor de outro.Enquanto está com o bando, encontra Escamillo que revela estar apaixonado pela cigana o que faz com que quase duelem. Micaela aparece para contar que sua mãe está para morrer e quer vê-lo, o que faz com que ele abandone o grupo. Carmen fica com Escamillo e após uma vitória numa tourada Don Jose aparece tentendo convencê-la a voltar para ele ou acontecerá uma tragédia. Ela não dá ouvidos, joga o anel que ele havia lhe dado diz que ama Escamillo e ele a mata com um punhal. (retirado de Music.art.br)

Abraço!

Fabio Vicente

7 comentários:

  1. Fábio, a música "Sonhos de uma noite de verão" não esta disponível, só para você mudar o vídeo ;D

    ResponderExcluir
  2. carmen é realista ? ou da epoca romantica ?

    ResponderExcluir
  3. Anna Luísa, Carmen é do período romântico, mas por sua temática estar focada no cotidiano da classe trabalhadora e a falta de floreios românticos na narrativa, podemos classificá-la como realista, ok?

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir