domingo, 31 de março de 2013

Filmes: Jane Austen e Van Gogh

Olá, Criaturas!

Em nossas últimas aulas também apresentamos trechos de filmes em momentos distintos...
Vamos recordá-los?

Para o Romantismo, selecionamos dois trechos de "Orgulho e preconceito", baseado no romance homônimo de Jane Austen, destacando - obvio - o lado romântico, a apoteose da natureza - quase um personagem à parte, seja no esplendor de uma manhã de sol ou na tarde chuvosa - e a trilha sonora com inspiração nos compositores românticos.

O outro trecho de filme que apresentamos, este mais recentemente, para introduzir os pós-impressionistas, é "Sonhos", de Akira Kurosawa, no episódio "Corvos", em que o cineasta homenageia o pintor holandês Vincent Van Gogh.

Pride And Prejudice (Orgulho e Preconceito)
Romance, FRA-UK/2005, 127 min, Direção de Joe Wright.
São dois trechos:

Pride and Prejudice Lizzie on top of the world - mountain scene


Orgulho e Preconceito CENA TEMPESTADE


Sinopse: ORGULHO E PRECONCEITO é a clássica história de amor e mal-entendidos que se desdobra numa Inglaterra preocupada com as classes sociais, perto do final do século 18. As cinco irmãs Bennet, Elizabeth (Lizzie), Jane, Lydia, Mary e Kitty, foram criadas por uma mãe com a fixação de encontrar maridos que lhes assegurem seus futuros. Mas Elizabeth, inteligente e irônica, se empenha em ter uma vida com uma perspectiva mais ampla, e é encorajada por seu devotado pai. Quando o sr. Bingley, um solteiro rico, passa a habitar uma mansão vizinha, as Bennet entram em alvoroço. Sendo freqüentado por seu círculo sofisticado de amigos de Londres e com a chegada de jovens oficiais à vila, pretendentes é o que não faltam às irmãs Bennet. A mais velha, Jane, tranqüila e muito bonita, parece inclinada a ganhar o coração do sr. Bingley; mas é quando Lizzie conhece o bonito e aparentemente esnobe sr. Darcy, que começa a batalha dos sexos. Seus encontros são freqüentes e espirituosos, e longe de serem encorajadores. Lizzie, apoiada por seu pai, decide recusar a proposta de casamento de um primo distante, para constrangimento do coitado do sr. Collins — e choque total de sua mãe. Quando o bem-intencionado sr. Bingley volta para Londres repentinamente, deixando Jane inconsolável, Lizzie culpa o sr. Darcy por manipular tal separação. Porém, uma crise envolvendo a caçula Lydia acaba abrindo os olhos de Lizzie para a verdadeira natureza de seu relacionamento com o sr. Darcy. Todo esse turbilhão de emoções não deixa ninguém incólume, e inspira os Bennet e todos à sua volta a confirmarem o que é mais importante na vida: o amor.

Distribuição: UIP

Akira Kurosawa's Dreams / Yume (Sonhos)
Drama, JAP-EUA/1990, 119 min, Direção de Akira Kurosawa / lshirô Honda.
Infelizmente não encontei o mesmo link... só este com o mesmo trecho, com uma música que não pertence ao filme por cima, encobrindo inclusive os diálogos. Vale o registro.
Update: Encontrei novamente o trecho com o áudio original, no site Vimeo. Vou manter os dois links, caso este último venha a a ser retirado do ar, como no Youtube.

 

Versão com o áudio original, em Vimeo:

Corvos from Educação Ambiental on Vimeo.


Sinopse: Filme do cineasta japonês Akira Kurosawa, Sonhos trata - em sua maior parte - da natureza e sua relação com o egoísmo humano, da destruição imposta a si mesmo e ao planeta. São oito episódios, alguns sobre as experiências vividas pelos japoneses após a 11 Guerra Mundial, como O Túnel. O trauma das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, por exemplo, é nítido nos episódios O Demônio Chorão e Monte Fuji em Vermelho. Este último, apesar de tratar de um assunto pesado, tem belas imagens formadas pelas nuvens de radioatividade coloridas (O Amarelo do Estrônio 90, o violeta do Césio 137 e o vermelho do Plutônio 239). O fascínio do diretor pelo pintor Vincent Van Gogh também está presente. É retratado em Corvos, no qual um homem, ao admirar um quadro do artista, é levado para dentro da obra. Além de passear pelas pinturas do ídolo ao som da 9a sinfonia de Beethoven, recebe uma lição de pintura do holandês: só é capaz de pintar aquele se envolve com a natureza, que a admira e segue a beleza que ela tem a oferecer. Outro capítulo marcante é Pomar de Pêssegos.Levado por uma estranha força ao local onde ficava o pomar de pêssegos de sua família, um garoto encontra o imperador japonês e seus súditos numa espécie de morro cortado em patamares - o que remete à tradicional hierarquia japonesa. Eles estão preparados para dançar e celebrar "O Dia da Boneca", ou seja, o florescimento dos pessegueiros, pois os bonecos representam os espíritos das árvores. Porém todas foram cortadas e não há mais o que celebrar. Acusado de egoísta pelo imperador, o garoto puro chora a morte das árvores. Como prova de comoção eles dançam uma calma e sincronizada dança. Nesse momento começa a chover pétalas de flores de pêssego e no local em que estavam as pessoas surgem lindas árvores floridas. Além desses, Sonhos ainda traz os episódios O Sol em meio à Chuva, A Nevasca e Povoado de Moinhos - este último com uma mensagem aos seres humanos capitalistas. Um velho sábio fala ao moço da cidade grande sobre as coisas que considera as mais importantes na vida de uma pessoa: a água e o ar puro. De que adianta tanto conforto proporcionado pelas invenções da modernidade, se não há mais paz e se as pessoas esqueceram que preservar a natureza é fundamental? O filme termina com uma lição: um cortejo festivo para celebrar a morte de uma senhora de 99 anos - afma!, nada mais justo do que se despedir de uma pessoa que viveu muito bem e de forma completa com dança e música.

Distribuidora em Vídeo e DVD: Warner Informações retiradas do site Webcine.

Abraço!

Fabio Vicente

sábado, 30 de março de 2013

Aula #008: Arte Moderna: O Pós-impressionismo

O pós-impressionismo surgiu no final do século XIX, em oposição a máquina fotográfica, que "tomou" o lugar dos artistas na imitação do mundo real. Foram as primeiras tentativas de recuperar o espaço perdido para a máquina: os artistas começaram a desenvolver novas técnicas de pintura, antevendo características da arte que surgiriam com mais força nas vanguardas do século XX.

Há prenúncios do cubismo em Cézanne, do fauvismo em Gauguin, inovações estilísticas como as artes gráficas de Lautrec e o pontilhismo de Seurat e Signac... e Vincent Van Gogh, o precursor do Expressionismo.

Há quem considere essas inovações como uma reação contrária ao impressionismo, outros dizem se tratar de um desenvolvimento da escola, mas o fato é que os artistas considerados pós-impressionistas participaram das exibições impressionistas, mas acabaram por tomar outros rumos na realização de sua arte. A forma das pinturas, o tratamento das cores ou a linha podiam ser objetos de discordância com os impressionistas.

Na escultura destacamos as figuras harmoniosas num total equilíbrio com o ambiente, criadas por Auguste Rodin.

A Música Pós Impressionista segue a tendência das outras artes, inovando no formato e nas técnicas, buscando temas populares, como o Can-can de Offenbach, ou experiências sensoriais como no Bolero de Ravel.

O link para baixar a apresentação vista em sala: "007_art_mod_pos_impress".

O Texto com atividade AINDA É O MESMO. em "texto_ativ_04_hist_art_3EM". Este texto contém material sobre o Naturalismo, o Impressionismo, o Pós-impressionismo e o Pré-modernismo brasileiro. Vale para a aula anterior e para esta aula.

Mas você TAMBÉM DEVE BAIXAR O QUADRO COMPARATIVO DOS ARTISTAS IMPRESSIONISTAS "texto_ativ_04b_hist_art_3EM", que contém as diferenças e semelhanças entre o os artistas do rebanho pós-impressionista, e os movimentos modernos aos quais são considerados precursores.

Segue novamente um vídeo, já postado anteriormente, de um do professores citados nas aulas anteriores, para complementar seus estudos.

A Arte do Século XIX - Luiz Carlos Pellano
Um passeio pela arte do século XIX abordando movimentos como o Academicismo (Neoclássico, Romantismo, Realismo), o Impressionismo e o Pós Impressionismo. Importante: ignorar a classificação de Van Gogh como expressionista. Ele é pós-impressionista. Sua pintura é precursora do movimento moderno expressionismo, pois tem características semelhantes... um erro comum de classificação. Abordaremos isso em outras aulas.

 

 Can-Can - Jacques Offenbach

 

Bolero - Ravel

 

Abraço!

Fabio Vicente

Aula #007 - Arte Moderna: Impressionismo

Não há consenso... alguns autores consideram o Impressionismo como o primeiro movimento moderno. Outros não. Segue breve resumo sobre o movimento.

Principais influências para o Surgimento da Arte Moderna:

Fotografia: Registro do cotidiano, Luz e foco, Enquadramento e cortes inusitados.
Manet: Inovação temática, Pinceladas imprecisas.
Arte Oriental (Japonismo): Uso das cores complementares para orientar o olhar, valorização e luminosidade, traços econômicos e estilização.

Impressionismo: Tudo começou com um grupo de jovens pintores que rompeu com as regras da pintura vigentes até então. Uma tentativa de aproximação objetiva da percepção visual da realidade, em termos de efeitos de transição da luz e da cor.

• A cor é uma qualidade permanente na natureza e se modifica de acordo com a posição do sol.
• A linha não existe na natureza.
• As sombras não são pretas, nem escuras, são luminosas e coloridas.
• A aplicação dos reflexos luminosos do contraste das cores: um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro barroco.
• As cores não são misturadas na paleta, são dispostas dissociadas na tela provocando a mistura ótica.
• Primeira exposição coletiva (Paris, abril de 1874): o público e a crítica reagiram mal, pois ainda se mantinham fiéis ao academicismo. O nome do movimento é derivado da obra "Impressão, nascer do sol" (1872), de Claude Monet, termo usado de maneira pejorativa pela crítica na ocasião.
• Pintura rápida, ao ar livre - instantâneo da natureza.
• Corte: enquadramento fotográfico.
• Temática: cotidiano, paisagens, flores (natureza-morta).
• Principais nomes: Monet (paisagens e flores), Renoir (senhoritas com feições angelicais), Degas (bailarinas e composições equestres).

O link para baixar a apresentação vista em sala: "006_art_mod_impres".

Baixe o texto com atividade clicando em "texto_ativ_04_hist_art_3EM". Este texto contém material sobre o Naturalismo, o Impressionismo, o Pós-impressionismo e o Pré-modernismo brasileiro.

Mas você TAMBÉM DEVE BAIXAR O QUADRO COMPARATIVO DOS ARTISTAS IMPRESSIONISTAS "texto_ativ_04a_hist_art_3EM", que contém as diferenças e semelhanças entre o realista Manet e os impressionistas Monet, Renoir e Degas.

Segue novamente um vídeo, já postado anteriormente, de um do professores citados nas aulas anteriores, para complementar seus estudos.

A Arte do Século XIX - Luiz Carlos Pellano
Um passeio pela arte do século XIX abordando movimentos como o Academicismo (Neoclássico, Romantismo, Realismo), o Impressionismo e o Pós Impressionismo. Importante: ignorar a classificação de Van Gogh como expressionista. Ele é pós-impressionista. Sua pintura é precursora do movimento moderno expressionismo, pois tem características semelhantes... um erro comum de classificação. Abordaremos isso em outras aulas.

 

A Música Impressionista, se é que podemos chamá-la assim, usa as pausas entre pequenas frases musicais, como se fossem pequenos recortes fotográficos de uma grande paisagem musical romântica, como podemos perceber em obras de Debussy e Fauré.

Clair de Lune - Claude Debussy

 

 Pavane, Opus 50 - Gabriel Fauré

 

Abraço! 

Fabio Vicente

Aula #006: Música Clássica, Romântica e Realista

Nas últimas aulas exploramos - além dos exemplos de pintura, escultura e arquitetura - alguns exemplos musicais para cada período estudado. Vamos rever e ampliar nossos conhecimentos acerca da música erudita no século XIX.

A chamada “Música Clássica” que conhecemos, surge após o período Barroco, coincidindo com toda produção da arte acadêmica. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta classe. Acredito que o termo "Música Erudita" (de "erudição", estudo) seja mais apropriado como termo genérico para este novo tipo de música, uma vez que, assim como todas as outras artes nessa época, passaram a ser objeto de estudo e aprendizado sistemático, para criar uma nova forma de expressão.

Em linhas gerais, o Neoclassicismo tem seu espelho no período Clássico da música. As orquestras tomam forma e começam a ser mais valorizadas. As composições para determinados instrumentos - como as músicas para piano - começam a ficar mais importantes que as de canto. Surgem as sonatas (de "sonare", soar), obras para um ou dois instrumentos, em diversos movimentos, a Sinfonia (soar em conjunto), uma sonata para orquestra e o Concerto, uma espécie de disputa entre o instrumento solo e a orquestra. A ópera, que se origina das apresentações teatrais medievais, se desenvolve a partir do renascimento, mas encontra, no século XVIII e sobretudo durante o século XIX a popularização do erudito, com a temática se tornando mais cotidiana. Assim, temos como exemplo de compositores clássicos Haydn, Glück, Paganini e Mozart, sendo o último o mais emblemático. Compositor e virtuose desde a infância, buscava equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade - como as outras expressões do Neoclassicismo -, passeando nos estilos da moda, como as sonatas, sinfonias e concertos, bem como as óperas como "As Bodas de Fígaro" e "A Flauta Mágica".

Capricce 24 - Paganini



Caprice 24 - Paganini - Metal Version



Sinfonia nº40 - Mozart



O Romantismo na música surge afinado com as expressões literárias e visuais deste período. O artista anseia por liberdade formal e de concepção musical e valoriza os pensamentos e sentimentos mais profundos. A emoção humana é expressa de forma extrema, vigorosa e intensa. Há também espaço para o escapismo, o exótico e o ufanismo nacionalista. Uma geração de compositores se tornam populares, como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, Strauss, e acima de todos, Beethoven. Na obra de Beethoven, sobretudo em suas sinfonias, percebemos a construção do estilo romântico, chegando ao auge na sua Nona Sinfonia - Ode à alegria.

Sonata ao Luar - Beethoven



Moonlight - Viper



O Realismo, com seu enfoque no cotidiano e na crítica social, fruto da industrialização, encontra nas óperas seu meio de expressão. Repleta de tipos populares, as desigualdades sociais, a vida do proletariado, sobretudo o cotidiano urbano são temas explorados em obras como "Canção do Gondoleiro" de Mendelssohn, "O barbeiro de Sevilha", de Rossini, e "Carmem" de Bizet. Mas ainda há o predomínio do romantismo nas óperas, como em "Sonhos de uma noite de verão", de Mendelssohn e em "Aída" de Verdi, contemporâneas a essas outras, têm suas tramas explorando o exótico, as paixões e o trágico.

O Barbeiro de Sevilha - "Figaro" - Rossini

 

Sonhos de uma Noite de verão - "Marcha nupcial" - Mendelssohn

 

 Aida - "Glória all' Egito" - Verdi



 Carmen - Bizet

 

Sinopse de "Carmen":

Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. Ambientada em 1820, em algumas versões tem início com Don José preso, condenado a morte, narrando sua história. Ele era um cabo da guarda, noivo de Micaela, que costumava levar notícias de sua mãe e conhece a cigana Carmen que se envolve numa briga com uma colega que trabalha na fabrica de cigarros em Sevilha. Esta lhe atira uma rosa no rosto e ele guarda, um pouco fascinado pela cigana. Presa, ela o convence a deixá-la escapar. Feito isso, ele é preso pelo capitão Zuniga enquanto Carmen canta na taberna com os amigos ciganos, onde aparece o toureiro Escamillo que se apaixona dela. Solto, D. Jose vai procurá-la, diz que a rosa o enfeitiçou e ela o desafia a seguí-la em suas andanças com os ciganos. O capitão se encontra com ele, quase fazem um duelo e Jose decide desertar para seguí-la com o bando. Durante uma sessão de leitura de cartas com as amigas Mercedes e Frasquita ele ve aterrorizada que seu destino é a morte por amor de outro.Enquanto está com o bando, encontra Escamillo que revela estar apaixonado pela cigana o que faz com que quase duelem. Micaela aparece para contar que sua mãe está para morrer e quer vê-lo, o que faz com que ele abandone o grupo. Carmen fica com Escamillo e após uma vitória numa tourada Don Jose aparece tentendo convencê-la a voltar para ele ou acontecerá uma tragédia. Ela não dá ouvidos, joga o anel que ele havia lhe dado diz que ama Escamillo e ele a mata com um punhal. (retirado de Music.art.br)

Abraço!

Fabio Vicente