sábado, 14 de setembro de 2013

Aula #018b: Farinelli e os Castrati

Quando falávamos sobre a música no período barroco, exibi um trecho de filme em sala, "FARINELLI (FARINELLI, IL CASTRATO)", sobre os castrati do período barroco. Veja o filme completo abaixo do texto sobre os castrati.

Obs.: Se optar assistir no Youtube, dá pra configurar as legendas para traduzir em português.

Sinopse:

Na Idade Média, a Igreja havia proibido que mulheres cantassem no coral das igrejas. Para não ficar sem as necessárias vozes sopranos, os representantes de Deus na Terra encontraram uma solução ungida: castrar jovens meninos cuja voz tenha sido considerada bela. Assim, nos corais da Santa Igreja não faltariam nunca os sopranos e contraltos. Tudo em nome de Deus. Farinelli é o nome artístico de Carlo Broschi, um jovem cantor do Século XVIII, tempo do grande compositor Handel. Para preservar sua voz, ele foi castrado em sua infância. Durante toda sua vida ele se tornou um grande e famoso cantor de ópera, sendo levado à glória máxima, coberto de ouro por príncipes e venerado pelo público. Enquanto isso, Riccardo seu irmão, tinha uma carreira medíocre como compositor, e seu sucesso e fortuna dependiam da glória de seu irmão.

Informações Técnicas

Direção: Gérard Corbiau
Título no Brasil: Farinelli
Título Original: Farinelli, Il Castrato
País de Origem: Bélgica / França / Itália
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 105 minutos
Ano de Lançamento: 1994
Estúdio/Distrib.: Spectra Nova

Elenco

Stefano Dionisi - Carlo Broschi (Farinelli)
Enrico Lo Verso - Riccardo Broschi
Elsa Zylberstein - Alexandra
Jeroen Krabbé - George Frideric Handel
Caroline Cellier - Margareth Hunter
Renaud du Peloux de Saint Romain - Benedict
Omero Antonutti - Nicola Porpora
Marianne Basler - Countess Mauer
Pier Paolo Capponi - Broschi
Graham Valentine - Prince of Wales
Jacques Boudet - Felipe V

Wikipedia - Farinelli
http://pt.wikipedia.org/wiki/Farinelli

(...)
Os castrati

Castrato (termo extraído do idioma italiano, cuja tradução lusófona trata-se literalmente de "castrado") é o nome pelo qual eram conhecidos os cantores masculinos que, a fim de terem preservada, ainda na fase adulta, a tessitura vocal da infância (cuja extensão vocal é quase idêntica àquela própria das tessituras vocais femininas, sejam de soprano, de mezzo-soprano ou de contralto), eram submetidos a uma operação cirúrgica de corte dos canais provenientes dos testículos, a partir da qual a chamada "mudança de voz" não ocorria.
A prática de castração de jovens cantores teve início no século XVI (tendo surgido a partir da necessidade de vozes agudas nos grupos corais das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Apostólica Romana não aceitava mulheres no coro de suas igrejas), atingindo seu auge nos séculos XVII e XVIII (de tal sorte que, nas óperas do compositor barroco alemão Georg Friedrich Händel, por exemplo, o papel do herói era frequentemente escrito para castrato).
Muitos dos rapazes que eram submetidos à castração tratava-se de crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde lecionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham, à entrada, um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes").
Na segunda metade do século XVIII, com a chegada do verismo na ópera, a popularidade dos castrati entrou em declínio. Durante alguns anos, é verdade, ainda houve desses cantores na Itália, mas, com o decorrer do tempo, porém, esses papéis foram transferidos aos contratenores e, por vezes, às sopranos.
Foi só em 1870, não obstante, que o castratismo destinado a este fim foi terminantemente proibido na Itália (o último país onde ainda era efetuado). E, em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a utilização de castrati nos coros das igrejas.
O último castrato a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi (1858-1922), no ano de 1913. Há alguns registros fonográficos da voz deste castrato, que, entre 1902 e 1904, gravou exatos dez discos.

FARINELLI (FARINELLI, IL CASTRATO)





Abraço!

Fabio Vicente

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