domingo, 24 de fevereiro de 2013

Aula #005 - Naturalismo, Fotografia, Realismo e Japonismo


Final do século XIX, estamos nos aproximando do momento de ruptura com a arte acadêmica, com os primeiros esboços de uma arte moderna. Já vemos prenúncios de uma nova estética com o advento do realismo, logo após o surgimento da fotografia.

NATURALISMO - A arte retrata fielmente as paisagens urbanas e suburbanas e seus personagens são pessoas comuns. O artista pinta o mundo como o vê, sem idealizaçoes ou posições ideológicas. Principais Artistas: Théodore Rousseau, Camille Corot.

INVENÇÃO DA FOTOGRAFIA - Não foi apenas um novo jeito de fazer imagens. Foi um novo jeito de ver e representar o mundo. Ao longo do século XIX, ela firmou-se como arte e influenciou a busca por novos estilos entre outras formas de expressão. Com a força da fotografia na representação da
realidade, a pintura passou a buscar outros temas e motivos, que
transcenderam o pictorialismo.

REALISMO - Se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. A industrialização consolidou a ascensão de uma classe-média industrial, bem como o estabelecimento de uma classe de trabalhadores sujeitos à duras condições de trabalho, que incluíam pesadas jornadas e o trabalho infantil.
O artista realista buscava uma nova forma de retratar o mundo (opondo-se ao Classicismo e ao Romantismo), utilizando a vida cotidiana e as novas condições sociais e de trabalho como motivos.

ARQUITETURA REALISTA - Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. 
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

PRINCIPAIS ARTISTAS - Uma geração de artistas com um olhar crítico sobre essa nova ordem social na era industrial. A ousadia de Gustave Courbet; o olhar piedoso sobre as camadas pobres, de Jean-François Millet; o olhar satírico do pai da caricatura Honoré Daumier; e o Pai da arte moderna, Edouard Manet, que atualizou temas, cores e estilo nas pinturas, retratou a vida contemporânea com um visão crítica e abraçou as inovações do olhar fotográfico, abrindo caminho para os impressionistas.

JAPONISMO - Com as exposições internacionais, o europeu tem contato com outras culturas e se encanta com as gravuras Japonesas e chinesas, que viram uma "febre" de consumo. A síntese no traçado, o uso das cores complementares como elemento de foco visual, associados ao foco e enquadramento fotográfico, dão origem à arte moderna.

O link para baixar a apresentação vista em sala: "005_naturalismo_realismo".

O Texto com atividade AINDA É O MESMO. Está aqui o link novamente... é só clicar em "texto_ativ_02_hist_art_3EM". Este texto contém material sobre Neoclassicismo, Romantismo, Missão Francesa e Realismo. Vale para as aulas anteriores e para esta aula.

Mas você TAMBÉM DEVE BAIXAR O TEXTO "texto_ativ_03_hist_art_3EM", que contém o impacto do surgimento da fotografia nas artes, cutas respostas também deverão ser entregues em folha de tarefas.

Seguem dois vídeos, dos mesmos professores já citados nas aulas anteriores, para complementar seus estudos. Acrescento um vídeo sobra a história da fotografia e outro video/slideshow repleto de pinturas japonesas do século XIX.

Realismo - Fulvio Pacheco
Vídeo com ênfase na pintura realista.



O Realismo - Luis Carlos Pellano
Principais artistas, com pinceladas na literatura e teatro. Destaque para os pintores brasileiros Belmiro de Almeida e Almeida Júnior.



História da Fotografia
Trecho de documentário exibido pela TV Câmara, postado no canal de Maria Angela Di Sessa, fotógrafa e produtora cultural paulista, especialista em fotoarquivo, editorial e arquitetura.



Warabi Gami. Takashi Hirayasu & Yoshikawa Chuei
Slideshow sobre gravuras japonesas do século XIX.



Abraço!

Fabio Vicente




Aula #004: Academicismo - Romantismo.


Olá, criaturas!

Nesta aula tentamos sintetizar os pontos fundamentais do Estilo Romântico, que expressou os conflitos da emergente burguesia, ora a exaltando, ora protestando contra seus mecanismos (ambiguidade: arte é sagrada ou negócio?).

Mudanças Sociais políticas e culturais - séculos XVIII/XIX:
- Revolução Industrial: novos inventos, aumento de produção, divisão do trabalho, especialização da mão-de-obra, surgimento do proletariado.
- Revolução Francesa: busca de uma sociedade mais harmônica, fim dos privilégios, respeito aos direitos individuais (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão).
- Atividade artística tornou-se complexa: tentativa de libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão do artista.

Características gerais: valorização dos sentimentos e da imaginação; nacionalismo; valorização da natureza; e os sentimentos do presente(Liberdade, Igualdade e Fraternidade). O romantismo iniciou-se na literatura e na filosofia e se espalhou pelas outras artes. 

ARQUITETURA E ESCULTURA - permanência do estilo neoclássico, mas com forte influência do estilo gótico medieval, gerando o neogótico.

PINTURA - Características: Aproximação das formas barrocas; Composição em diagonal (instabilidade e dinamismo); valorização das cores e do claro-escuro; e Dramaticidade. Temática: Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas; natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas; e Mitologia Grega. Principais artistas: Goya, Turner, Delacroix.

Como de costume é só baixar a apresentação vista em sala, clicando em "004_arte_academica_romantismo".

O texto com atividade AINDA É O MESMO. Está aqui o link novamente... é só clicar em "texto_ativ_02_hist_art_3EM". Este texto contém material sobre Neoclassicismo, Romantismo, Missão Francesa e Realismo. Vale para a aula anterior, para esta e para as próximas aulas.

Mais uma vez, peguei alguns vídeos dos mesmos dois professores citados na aula anterior, que têm páginas no Youtube: Fulvio Pacheco e Luiz Carlos Pellano

Romantismo - Fulvio Pacheco
Características gerais, principais pintores e leitura de algumas obras. Destaque para o pintor brasileiro Victor Meirelles.



Arquitetura do Romantismo - o Neogótico - Luiz Carlos Pellano
O estilo que revisita o gótico e o barroco.



O Brasil dos Viajantes - Luiz Carlos Pellano
A introdução do academicismo no Brasil: as missões artísticas holandesa e francesa e os pintores viajantes.



A Arte do Século XIX - Luiz Carlos Pellano
Um passeio pela arte do século XIX abordando movimentos que vão cair na avaliação trimestral, o Academicismo (Neoclássico, Romantismo, Realismo) e outros temas futuros como o Impressionismo e o Pós Impressionismo. Importante: ignorar a classificação de Van Gogh como expressionista. Ele é pós-impressionista. Sua pintura é precursora do movimento moderno expressionismo, pois tem características semelhantes... um erro comum de classificação. Abordaremos isso em outras aulas.



Curiosidade: A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a realidade. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante das coisas e esse comportamento pode ocorrer em qualquer tempo da história. Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte; portanto, nomeia um sistema, um estilo delimitado no tempo.

Abraço e bons estudos!

Fabio Vicente



sábado, 23 de fevereiro de 2013

Aula #003: Academicismo - Neoclassicismo


Olá, criaturas!

Poderíamos começar nossos estudos a partir da pré-história e seguir uma linha cronológica... mas optei por começar por uma arte mais clássica, mais facilmente compreendida como forma de expressão artística, por ser um momento chave de mudança: o auge da representação mimética da natureza, do processo de individualização do artista e do surgimento das belas artes e por ser o estilo que será substituído pela Arte Moderna, a partir do surgimento da fotografia. Assim, vamos tentar sintetizar os pontos fundamentais do Estilo Neoclássico, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, a qual assumiu a direção da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Para entender o Neoclassicismo é necessário:

- Saber diferenciar arte Clássica de Não-clássica, identificar o Neoclassicismo como o início do academicismo - que antecedeu a arte moderna - e estudar suas características.

Características:

- Surgido na Europa no século XVIII e em parte do século XIX, defendia o ressurgimento da arte clássica (grego-romana e renascentista) como modelo de equilíbrio, proporção e clareza.
- A Arte deveria ser aprendida em escolas de arte por meio de regras comunicáveis: o projeto, o desenho de construção, as exatidão geométrica e matemática, a cópia de modelos clássicos.
- Defendiam o resgate da cultura heroica e dos estilos festivos das decorações presentes nos tempos da Roma e da Grécia.
- Escultores como i italiano Antônio Canova, dedicaram-se a representação de imagens mitológicas ou representações heróicas de clérigos, governantes ou pessoas da alta sociedade, através de bustos, estátuas ou grandes conjuntos escultóricos em mausoléus.
- Na pintura, os modelos clássicos passam a representar a sociedade pós Revolução Francesa, seus valores e costumes e a simplicidade dos trajes e decorações da época. Destaque para a pintura de Jacçques-Louis David, pintor da corte de Napoleão, que desenvolveu seu estilo em inúmeras viagens à Itália, e a uma geração de seguidores do novo estilo, criados nas academias de arte, como Jean-Auguste Dominique Ingres e o próprio Debret, que trouxe o estilo para o Brasil.
- A necessidade de construção de novas escolas, hospitais, edifícios públicos, museus, etc. surgida após as revoluções Francesa e Industrial, somaram o estilo racionalista em moda com as ambições da ascendente burguesia, fazendo surgir uma arquitetura elegante e monumental. A arquitetura Neoclássica retoma as escadarias, o frontão triangular e as colunas Gregas, as cúpulas Romanas e as inovações rquitetônicas da Renascença Italiana.
- No Brasil, vemos os ecos do neoclassicismo nas origens do academicismo, após a chegada da Família Real, no século XIX, sobretudo nas obras de grandes artistas, como Nicolas Taunay (1755 – 1830), e Debret (1768 – 1848).
- Podemos ver algumas obras da arquitetura Neoclássica por aqui, como a antiga Alfândega, que hoje é a Casa França-Brasil, e o Solar Grandjean de Montigny. O estilo perdurou na moda até o início do século XX e influenciou uma geração de arquitetos como Ramos de Azevedo, que abusou do estilo em construções como a Pinacoteca do Estado e o Teatro Municipal de São Paulo.

Para maiores detalhes é só baixar a apresentação vista em sala, clicando em "003_arte_academica_neoclassicismo" e o Texto com atividades deve ser baixado, clicando em "texto_ativ_02_hist_art_3EM". Este texto contém material sobre Neoclassicismo, Romantismo, Missão Francesa e Realismo. Vale para esta e para as próximas aulas.

Baixar e entregar somente as respostas em folhas de atividade.

A seguir dois videos que pincei no Youtube para complementar os estudos.

Neoclassicismo - Prof. Fulvio Pacheco

Resumo geral do estilo neoclássico, abordando o estilo na Europa e a chegada no Brasil, através de Debret. Fulvio Pacheco é Desenhista de Quadrinhos e Professor de Artes (Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, Centro Guido Viaro, FAMEC, Pós Opet, Pós-Bagozzi, Assunção e Gibiteca de Curitiba). Possui um canal bacana no You Tube e uma página no blogger, onde publica seus trabalhos.



Arquitetura Neoclássica - Prof. Luís Carlos Capellano

Vídeo sobre arquitetura neoclássica repleto de exemplos brasileiros.
Luís Carlos Cappellano é Educador, do nível fundamental até o superior, com mais de 20 anos de experiência. Possui graduação em PEDAGOGIA pela Faculdade de Ciências e Letras Plinio Augusto do Amaral (1995) e graduação em Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Campinas (1987). Atualmente é professor efetivo 3 da Prefeitura Municipal de Campinas - Secretaria Municipal de Educação, atuando como Coordenador do Programa Mais Educação (MEC/SME) e do Comitê Metropolitano de Educação Integral da RMC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: artes, educação, pintura, sexualidade humana e discriminação. Possui um canal no Youtube e um site pessoal bem detalhado sobre suas atividades científicas e artísticas.



Curiosidade arquitetônica: Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica das cidades italianas de Pompéia e Herculano que, no ano de 79 a.C.,  foram cobertas pelas lavas do vulcão Vesúvio. Diante daquelas construções, num erro de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore branco, ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos.

Bons estudos!

Fabio Vicente

3º EM - Brasília: Comecem a estudar para a avaliação trimestral!


Olá, Criaturas!

Vocês devem estar estranhando eu começar a falar de avaliação trimestral agora, mas não deixe pra última hora, para não acumular material de estudo,

COMO VOU ESTUDAR, FÁBIO?

# DICA 1: NÃO TEMOS APOSTILA E NÃO HÁ NO MERCADO LIVRO DE HISTÓRIA DA ARTE VOLTADO PARA VESTIBULARES. ASSIM, SEUS ESTUDOS SERÃO GUIADOS POR APRESENTAÇÕES, TEXTOS DE APOIO, QUESTIONÁRIOS E GABARITOS, ENVIADOS POR EMAIL.

# DICA 2: Não deixe para a véspera da prova para estudar... o conteúdo é novidade para muitos de vocês e pode acabar sendo muita coisa para estudar de uma só tacada.

# DICA 3: Como estudar, usando as apresentações, textos de apoio e questionários?

1º passo: crie, em "Meus Documentos" uma pasta de nome "Arte" em seu computador.
2º passo: use esta pasta "Arte" para fazer o armazenamento de todas apresentações, textos, atividades e gabaritos que você for baixando. 
3º Passo: Abra as apresentações e textos já utilizados em aulas anteriores e complemente suas anotações de sala.
4º passo: na véspera de nossas aulas, abra a próxima apresentação, o próximo texto e faça as anotações que julgar importantes.
5º passo: após a aula, veja as apresentações novamente e leia os textos, para complementar as anotações de sala.
6º Passo: Na folha de tarefas, entregar APENAS AS RESPOSTAS da atividade.

Os links serão encontrados nas postagens aqui, no blog "História da Arte". O material foi hospedado no Skydrive, o que permite que as apresentações possam ser assitidas online, mesmo para quem não tem o Powerpoint instalado (para o caso de usuários de outro sistema operacional, diferente do Windows). Notificarei por email toda vez que um novo material for postado.

Assim, o assunto básico de nossa avaliação é ARTE ACADÊMICA. - estudar desde neoclassicismo, romantismo e realismo. Estudar também estilo e características gerais da arte antiga, moderna e contemporânea.

E O QUE JÁ FOI POSTADO NO BLOG?

Aula #001: Estilo - Definição artística do termo estilo, resuminho dos 3 tipos (individual, de época e cultural) e o link para a apresentação "001_estilo".

Aula #002: Introdução à História da Arte - Tópicos importantes ao estudar e comparar os períodos histórico-artisticos antigo, moderno e contemporâneo, mais os links para a apresentação "002_intro_hist_arte" e para o texto de apoio "texto_ativ_01_hist_art_3EM"

Abraço, e bons estudos!

Fabio Vicente

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Aula #002: Introdução à História da Arte

Olá, Criaturas!


Quando nos referimos à História da Arte devemos pensar na história das manifestações criativas do homem; da evolução do artista como agente ativo da comunicação; da produção artística sob um viés tecnológico e estético; da produção artística como patrimônio cultural; e da evolução da participação do público em direção a um papel ativo na produção artística.

Tópicos importantes: (Concentre-se neles, ao estudar)

- Diferenciar a linha do tempo histórica e artística.
- Identificar o processo de individualização do artista, construído durante a arte antiga e desconstruído durante a arte moderna, e a posterior coletivização da arte na contemporaneidade.
- Verificar a predominância de estilos - cultural, de época e individual - em cada divisão histórico-artística.
- Verificar características gerais de cada período, como muda a cabeça do artista, o papel social e a própria definição de arte.

Clique no título "002_intro_hist_arte" e baixe a apresentação.
Clique no título "texto_ativ_01_hist_art_3EM" e baixe o texto de apoio sobre a aula.

Abraço!

Fabio Vicente

Aula #001: Estilo

Olá, Criaturas!

Abordamos o tema "Estilo" na nossa primeira aula. Vou tentar colocar um resumo por aqui pra auxiliar na complementação de suas anotações de sala. Vamos estudar, então!

Na Enciclopédia Digital do Instituto Itaú Cultural, encontramos a definição da palavra "Estilo" como "(...) uma maneira particular de fazer algo, ampliando seu uso a todos os campos artísticos. Nesse sentido, compreende-se por estilo "a forma constante - e por vezes, elementos, qualidades e expressão - da arte de um indivíduo ou de um grupo". O estilo é como uma linguagem, com ordem interna e expressividade próprias, que admite uma intensidade variada. Alguns elementos podem se repetir em obras de períodos ou autores diversos, sendo os estilos determinados pelos diferentes modos de reuni-los numa forma única.(...)".

Leia o verbete inteiro clicando aqui.

Exploramos em sala três definições diferentes de estilo que, embora estudadas de maneira separada, entrelaçam-se na construção da História da Arte e da Estética: Estilo Individual, de Época e Cultural.


Estilo de Época - Toda produção artística humana genericamente caracterizada como fruto de uma determinada realidade formal, idealística e estética; retrato do tempo, do espaço, dos ideais, das filosofias e da visão de mundo do homem em um determinado período histórico. Maneira de ver e expressar, refletindo características próprias de uma época histórica.

Observando um recorte temporal, percebe-se que determinadas características presentes em uma época favorecem e influenciam certos procedimentos artísticos individuais que se reproduzem, tornando-se repetitivos e constantes entre uma ou mais gerações de artistas.

Estilo Cultural - Quando a análise de elementos particulares em produções artísticas ressaltam o conjunto da produção de um grupo como elemento constitutivo na formação de uma identidade cultural temos o chamado Estilo Cultural.

Estilo Individual - Modo particular de ver o mundo e organizar sua linguagem e repertório cultural para traduzir sua visão através de suas produções artísticas.

Clique em "001_estilo" para baixar a apresentação e ver os exemplos em imagens apresentados em sala.

Abraço!

Fabio Vicente

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ossário, 2006, Alexandre Órion, São Paulo.

Criaturas,

Lembram deste vídeo sobre grafite reverso que mostrei em aula, esse ano?
Veja o conteúdo completo na página OSSÁRIO - ARTE MENOS POLUIÇÃO, de Alexandre Órion. Extraí de lá o texto abaixo e o vídeo. Mas dê um pulo lá e confira também as fotos da intervenção urbana.

Abraço!

Fabio Vicente



O OSSÁRIO URBANO DE ORION

Alexandre Orion bate à porta da nossa consciência, com seu refinado grafite, para expor a morte oculta na vida vibrante da cidade de São Paulo. Na passagem subterrânea, entre a avenida Europa e a avenida Cidade Jardim, numa paciente e resoluta intervenção, Orion descobre para os olhos dos passantes o ossário que impregna as paredes do túnel. Caveiras se amontoam. Das cavidades dos olhos de tantos mortos a obra contempla os vivos, interroga os que por ali passam, interpela em silêncio a nossa omissão, o nosso conforto poluidor, o nosso "não sabia de nada".

Orion cria essas imagens descolando seletivamente daquelas paredes a película da negra fuligem que ali se depositou no curto tempo de existência daquele orifício da modernidade. Vai esculpindo caveiras na camada de fumo ali depositada pelo escapamento dos carros, até encontrar a cor natural das paredes. Retira a sujeira que nelas gruda, que gruda na nossa pele, nos nossos pulmões e nos nossos olhos para, no contraste entre o limpo e o sujo, trabalhar a sua criação, construir o seu discurso visual cidadão, gritar a sua liberdade no silêncio dos mortos. As imagens nascem da fuligem que fica. Arranca das paredes, nessa busca estética, a fuligem da nossa consciência urbana amortecida. Dá visibilidade à poluição solerte, dissimulada, traiçoeira. A poluição que mata.

Essas imagens nos falam de amor e de ódio. O amor pela cidade em que vivemos, o amor pela cidade que ela pode ser, o amor da utopia urbana, da cidade que é de todos e não só de alguns, o amor dos que, habitando a cidade, fizeram-na também habitante do próprio coração e da própria consciência. Quando não se ama o lugar da vida, não se vive, apenas se está ou se passa. Ódio, porque há consumo predatório da cidade por aqueles que a sujam, que cospem nela, que jogam lixo pelas ruas, que atiram papel no chão, saco de pipoca, copo de sorvete, maço de cigarro vazio, lata de cerveja e de refrigerante. Os que acham que são espertos porque se apropriam do que não lhes pertence, que pertence a todos. A condição humana não se expressa nessas manifestações de egoísmo. Alexandre Orion limpa pacientemente o negror da fuligem que mata, cuspida pelos carros na brancura da nossa liberdade e da nossa vida. Nas trevas da fuligem da incivilidade, sua obra é um manifesto esteticamente fino e belo.

Artista plástico e designer, o paulistano Alexandre Orion há dez anos semeia suas obras de arte nas paredes abandonadas da cidade. Nessas intervenções questiona o que a cidade faz consigo mesma, questiona o incivilizado desprezo pelo lugar em que vivemos. Expõe-se nas madrugadas frias para fixar por um instante o efêmero do seu grafite, para fazer a sua arte do instante, para revelar a delicadeza do que se despreza, para valorizar o que se deprecia. Fotógrafo, a fotografia preserva sua obra de rua, ameaçada pela fragilidade de muros e paredes, pela vulgaridade que a cerca. Sua obra é uma das vivas expressões da modernidade, artística e efêmera ao mesmo tempo, duradoura no significado e passageira na materialidade. Nos lugares em que pode ser vista, é vista num lampejo.

Tesouros da cidade não são apenas as obras que atravessaram o tempo, que até mesmo atravessaram a névoa densa do desamor pelo lugar do nosso dia a dia. Tesouros são também as muitas manifestações da criação humana sem o destino seguro da durabilidade e da permanência, como as dos museus e das praças. Deles nos lembraremos porque o belo e o que tem sentido os inscreveram na nossa memória. É nela que o efêmero se perpetua.

Falarão as próximas gerações através das nossas lembranças. Diremos aos nossos netos que um dia, no nosso tempo, alguém saiu pela cidade proclamando a beleza da vida, para que eles pudessem ter o seu tempo e o tempo de seu sonho. E eles nos invejarão por não terem tido o privilégio de ver a obra de arte nascendo e ficando nessa que é a mais duradoura das galerias, aparentemente perdida nas ruínas do tempo que flui.

José de Souza Martins - Professor de Sociologia
Publicado em O Estado de S. Paulo, 23 de setembro de 2006, p.C9.

Reformulando...

Olá, Criaturas!

Mais um ano se inicia e nada mais natural que repensar nossas práticas.

Este espaço será reformulado pra acompanhar algumas mudanças nas aulas e nas apresentações... Portanto, se você está estranhando que alguns vídeos foram removidos ou algumas postagens sumiram, não se desespere. Voltaremos ao normal nos próximos dias. Aguarde!
Por enquanto, uma ótima volta às aulas!

Abraço!

Fabio Vicente